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     O presbiterianismo surgiu durante a reforma religiosa do século XVI, na cidade de Genebra na Suíça de fala francesa. Começou, inicialmente, com os trabalhos do ex-padre Ulderico Zuinglio em Zurique, região de fala alemã, e com a vinda do francês João Calvino (1509-1564) para Genebra, a igreja se fixou e se intitulou reformada. O trabalho foi levado para a Escócia pelo ex- padre João Knox e ali recebeu o nome de presbiteriana. Esta ala é que chegou até nós pela obra missionária, mas com toda razão dizemos que nossa igreja ou doutrina é reformada-presbiteriana.

 

     Entre os anos de 1643 a 1649 os representantes reformado-presbiterianos se reuniram na Abadia de Westminster, Londres, e formularam o que temos hoje como nossa Confissão de Fé, os catecismos Maior e Breve, passando todos a ser nossos símbolos de fé.

     A 1ª tentativa de trazer o Evangelho pregado pela Igreja de Genebra ao Brasil ocorreu na época da invasão francesa em 1557. Calvino atendeu o pedido do aventureiro Nicolau D.Villegaignon e para a Baía do Guanabra (a cidade do Rio de Janeiro só seria fundada em 1565), enviou um grupo de evangélicos sob a liderança de dois pastores. Mal iniciados os trabalhos, Villegaignon se intrometeu nas questões doutrinárias dos reformados, mormente quanto à celebração da ceia, e mandou estrangulá-los, entregando-os ao mar. Um foi poupado por ser alfaiate e outro fugiu para São Vicente, sendo depois apanhado e enforcado com a colaboração de José de Anchieta.

   

     A 2ª tentativa ocorreu com a conhecida “invasão holandesa”, mormente em Recife e Olinda, em 1624. Os holandeses eram reformados, pois o trabalho de Genebra os havia conquistado para Cristo. O ardor evangelístico na região chegou a criar 22 igrejas, dois Presbitérios e um Sínodo. Mas em 1654 eles foram expulsos e o romanismo da época se assenhoreou do que pode.

Breve Histórico do Presbiterianismo

Abadia de Westminster

Ashbel Green Simonton

     A 3ª tentativa vingou e tornou o movimento reformado-presbiteriano definitivo em nossa terra com a vinda do missionário Ashbel Green Simonton em 12/08/1859. Simonton aprendeu logo o português e num período de sete anos fundou igrejas, criou um Presbitério, organizou um seminário e um jornal, a Imprensa Evangélica. Vitimado pela febre amarela, faleceu em 1867 e acha-se sepultado no Cemitério dos Protestantes, aos fundos do da Consolação em São Paulo, e a seu lado veio descansar, depois, o primeiro ministro presbiteriano brasileiro, o ex-padre José Manoel da Conceição.

 

Jornal 'A Imprensa Evangélica', 3 de Janeiro de 1874, Rio de Janeiro

     Em Campinas a obra presbiteriana se deve a Eduardo Lane, irlandês levado criança para os EUA e por George N. Morton, fundadores da Igreja em 1870. Mais tarde, questões administrativas entre missionários e brasileiros, além do problema maçônico, em 1903 levaram a Igreja Presbiteriana do Brasil (IPB) a se dividir, surgindo a I.P. Independente (IPI). 

 

     A Igreja de Campinas ficou esfacelada, com minoria insignificante, pois a maioria foi para a IPI. Mas a minoria retomou suas atividades e em 09/08/1903 se organizou como igreja, enquanto a mais antiga igreja da região continuou e continua sendo a de Itapira, organizada por Eduardo Lane em 10 /01/1876. Cresceu o trabalho presbiteriano em Campinas e hoje aqui temos mais de uma trintena de igrejas em seu ardor evangelístico, sem contar os independentes e outros grupos que se intitulam presbiterianos.

Presbiterianismo em Campinas

Primeiro templo da Igreja Presbiteriana de Campinas

Presbiterianismo em Novo Campos Elísios

     A Companhia Melhoramentos de Campinas, loteadora do bairro, cedera o terreno de 975,00 m2 no qual hoje se erguem o templo e suas dependências. Ali a I.P.de Campinas, construíra um salão de cultos, banheiros e duas salas, uma delas para serviço médico e outra de espera.

 

     Em 1963, o Presbitério de Campinas atendeu o pedido do Reverendo Nathanael de Almeida Leitão, pastor da Igreja Central e o Reverendo Silas de Campos, que além de atender o campo de Itatiba, foi designado para preparar a congregação para que, em futuro breve, tornasse igreja. Um ano após, em 16/02/1964, a congregação, com 48 membros, foi organizada pela comissão nomeada pelo Presbitério: Rev. Nathanael A. Leitão, Rev. Júlio Andrade Ferreira, Rev Silas de Campos, presbíteros Dr. Henrique Oppermann e Dr. Eurico Ribeiro dos Santos.  

 

   O primeiro Conselho se compunha dos presbíteros José Arruda Rangel, Dario de Oliveira Bastos e Orville de Andrade. A junta diaconal ficou assim: Eugênio Battagin, Jonas Pereira de Souza e Genésio Lins Cardoso.

     Organizada a igreja e registrados seus estatutos sociais, o Rev. Silas imediatamente cuidou em obter a escritura pública definitiva do terreno, pois a doação só era verbal, ainda que sob a posse da igreja. O Ambulatório Médico também teve seus estatutos registrados e como pessoa jurídica passou a conseguir verba junto à Prefeitura para atender mais eficientemente o bairro e assim ocorreu até quando da implantação das ARs regionais e para cá vieram médicos e dentistas mantidos pela municipalidade, ficando o ambulatório desativado.

 

     Apesar do movimento revolucionário militar de 1964 e mudança de algumas famílias, o trabalho cresceu, a Escola Dominical era entusiasta e dinâmica, sempre com novos alunos. O salão de cultos não mais comportava o povo em adoração e apesar dos parcos recursos, com o projeto do presbítero Dr. Neander C. Kerr, da I.P. Jardim Guanabara, a igreja construiu seu templo, adquiriu os bancos de medidas especiais e a inauguração se deu em junho de 1979.  Posteriormente foi construído o segundo pavimento no antigo salão de cultos e agora pavilhão, havendo necessidade de reforços das paredes com vigas e lajes especiais de sustentação.

     Em Novo Campos Elísios o trabalho teve seu início com a vinda do casal José Arruda Rangel e Anunciação Loureiro Arruda. D. Anuncia, como era conhecida, tinha facilidade de contatar pessoas e falar-lhes do Evangelho de Cristo. Logo em sua casa começou um trabalho de estudos bíblicos, escola dominical a tarde, dando início a um incipiente ponto de pregação.

     A igreja tinha suas atividades, nas tardes dos domingos, no Jardim Yeda, em trabalho ao ar-livre e quando pensava na aquisição de um lote, a I.P. Ebenézer cuidou disso e construiu um salão e para lá foram transferidos os membros residentes naquele bairro. No Jardim Aeroporto (Chácaras São José), foi adquirido um terreno de mais de 800,00 m2 e às tardes os jovens iam ao local, convocavam as crianças, contavam histórias bíblicas e cantavam corinhos. Posteriormente construiu um galpão de abrigo e, depois foi erigido o atual salão de cultos e hoje Igreja Presbiteriana do Jardim Aeroporto.

 

     Depois de mais de 34 anos de pastoreio, o Rev Silas pediu ao Conselho que escolhesse novo pastor. Ficou em seu lugar, quem já era seu auxiliar, o Rev. Donald Bueno Monteiro. Veio depois o Rev. Iran Ribeiro dos Santos e a seguir o atual pastor, Rev. Thiago Jachetto Campos. Da galeria de pastores colaboradores há também os nomes do Rev. William Lacy Lane (Billy), Rev Marcio Azevedo e Carlos Magno Silva de Souza. No decurso dos anos, sempre houve um número apreciável de seminaristas que aqui colaboraram junto à mocidade, à Escola Dominical, ao púlpito e a igreja também lhes serviu como trabalho prático para as teorias aprendidas em aulas.

 

     A Igreja, dentre seus jovens, deu ao ministério da palavra de Deus, alguns pastores: Rev. Sebastião Araújo Silvestre, Rev. Antonio Luiz Mattoso, Rev. Luiz Carlos Pereira Epifânio, Rev. Iran Ribeiro dos Santos, Rev. Thiago Jachetto de Campos, Guilherme Foregato e logo mais, ainda no último ano do seminário, Marcelo.

 

     Eis aí, em rápidas considerações para um tema longo, um resumo histórico do jubileu de ouro da Igreja Presbiteriana de Novo Campos Elísios.

 

     Deus seja louvado e engrandecido o nome de seu Filho, o Senhor Jesus Cristo sob a ação e bênção do Espírito Santo.

 

Silas de Campos

Pastor Emérito IPNCE

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